Este não é um álbum de metal gótico tal como os outros. O que chama a atenção é a forma como todo o álbum foi produzido. Estou a falar do encarte que sugere uma triste imagem em arte Barroca, temática fortemente gótica, musicalidade obscura e sensível e linguagem poética.
Falando de musicalidade, é notável o uso de instrumentos sinfônicos. No metal gótico seria comum, nada especial, mas não é o caso do álbum La Naissance d'un Rêve (O Nascimento de um Sonho). O Lacrimas Profundere traz uma excelente combinação entre os metais e instrumentos sinfônicos, porém isso não é feito ao acaso, fruto da formação Clássica, provando cuidado e segurança em tocar, transmitindo assim propositadamente, o sentido da fragilidade. Os vocais são típicos do metal gótico, e também une vocais masculinos limpos sob a forma de "leitura" de pequenos versos.
Eles impressionam com o seu minimalismo musical. Que chama tanto a atenção dada a respeito da métrica musical, quanto da presença de técnicas complexas para todos os instrumentos, que nos prova a intimidade dos músicos com os respectivos instrumentos. No lado sinfónico, tem toda a melancolia e frieza do violino e as flautas, no lado do metal têm o mais pesado e obscuro doom metal com atonais e horripilantes riffs. Lá há perfeccionismo na composição, na colocação e na escolha das notas e no uso da voz, que mostram junto à harmonia perfeita entre poemas líricos e música.
A composição das letras é de um lirismo literário e senso poético. Este é o lugar onde o aprendizado da música de Lacrimas Profundere tornou-se extremamente evidente. As letras foram escritas em três idiomas "Alemão, Latim e Inglês." Eles usam métrica e vocabulário característicos da poesia gótica escrita, a leitura é perfeitamente observada por meio da voz dos cantores e a velocidade de música e a bela utilização de instrumentos sinfônicos do acústico ao mais pesado do metal.
Finalmente, em minha opinião, temos uma obra-prima, um verdadeiro clássico do Metal Gótico, além da letra bonita, feita com musicalidade extremamente completa e que, juntos, sincronicamente, traz-nos uma sensação de tristeza real, ampliada pela literatura gótica tocada de maneira real e íntima por aqueles grandes músicos..
Em poucas palavras: o seu classicismo, originalidade e atmosferas. A mais fina junção entre a sensibilidade e o rigor: A Lâmina e a Seda.
Gênero: Gothic/doom metal
Formação:
Eva Stöger - flauta
Christian Steiner– teclados
Oliver Schmid– guitarra
Anja Hötzendorfer– violino, vocais
Markus Lapper – baixo
Christopher Schmid – vocais
Stefan Eireiner – bateria
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